05.02.18
Até ao fim da vida
David Marinho
É para lá do rio Tejo que as diferenças acentuam-se, num banco de jardim, rodeado aqui e ali de montes alentejanos, e onde o vento susurra levemente e o silêncio se instala.
- António, não vens almoçar?
- Já vou, tenho tanto tempo!
- Mas precisas de te alimentar, homem.
- Eu sei, e hoje são migas e sopa de cação.
- Adoro!
- Também cabes na mesa, queres vir?
- Quero.
Comer é passatempo, quando o tempo não passa. Degustar a vida com o palato é das poucas coisas que faz (...)